Em um cenário cada vez mais orientado pela inovação, a criatividade se consolida como um diferencial competitivo essencial, não apenas para gerar ideias, mas para transformar estratégias em experiências memoráveis.
É com essa visão que Fernando Machado, referência global em marketing e criatividade, reforça:
“Desconectar não é luxo, é parte do trabalho. É quando você se distancia do dia a dia que consegue ver o todo, conectar pontos, encontrar novas formas de crescer. Os melhores líderes que conheço entendem isso: proteger tempo para pensar criativamente é proteger o futuro do negócio. Porque a criatividade não é um enfeite – é o motor que move a estratégia para frente”.
Fernando Machado não é apenas o profissional de marketing mais premiado da história do Cannes Lions, com mais de 200 troféus acumulados ao longo de sua carreira, ele é também um dos maiores defensores da criatividade como força estratégica nos negócios. Com passagens marcantes por marcas como Burger King, Heinz, Blizzard e Unilever, Fernando construiu uma trajetória que inspira líderes ao redor do mundo.
“Cada Leão que conquistamos representa um momento em que a criatividade conseguiu mover algo maior: mudar percepção, gerar conversa, transformar cultura.”
Agora, ele está em São Paulo com uma missão especial: liderar as primeiras edições brasileiras da Série LIONS CMO Accelerator, uma imersão de dois dias, que acontece entre 13 e 14 de novembro, voltada a executivos de marketing que desejam repensar suas estratégias e impulsionar suas carreiras por meio da criatividade.
A Informa Markets entrevistou Fernando, que compartilhou aprendizados profundos, conselhos práticos e provocações sobre o papel da criatividade na liderança, nos resultados e na cultura das empresas. A seguir, você confere a entrevista completa com Fernando Machado!
Fernando, você é o profissional de marketing mais premiado da história do Cannes Lions, com mais de 200 troféus. O que esse número representa para você e para o mercado?
Eu nunca fiz nada pensando em troféus. Os prêmios são uma consequência, não o objetivo. O que realmente me motiva é ver ideias criativas gerando impacto real – para as marcas, para o negócio e para as pessoas. Cada Leão que conquistamos representa um momento em que a criatividade conseguiu mover algo maior: mudar percepção, gerar conversa, transformar cultura, às vezes até mudar o rumo de uma marca.
Claro que é gratificante olhar para trás e ver esse reconhecimento, especialmente porque ele vem de jurados do mundo inteiro, avaliando o melhor que a nossa indústria produz. Mas, mais do que um número, eu vejo esses prêmios como um sinal de que é possível crescer com criatividade – e que as equipes que acreditam nisso, e têm coragem de proteger boas ideias, acabam inspirando o mercado inteiro.
No fim das contas, o que esse número representa pra mim é uma história coletiva — de gente talentosa, ousada e colaborativa — que escolheu acreditar que o trabalho criativo pode ser o maior motor de crescimento.
Qual é o seu segredo para conquistar tantos prêmios? Que conselho você daria para quem almeja chegar aonde você chegou?
Não existe um segredo. Existe trabalho, consistência e uma crença profunda de que a criatividade é uma vantagem competitiva. Eu sempre procurei trabalhar com pessoas mais talentosas do que eu, criar um ambiente onde boas ideias pudessem nascer e ser protegidas, e onde o medo de errar não matasse o potencial de algo novo.
A maioria das ideias premiadas começou pequena, muitas vezes com dúvidas e resistência. A diferença é que a gente acreditou nelas o suficiente para colocá-las no mundo e aprender com o resultado. Acho que o conselho que eu daria é: desenvolva o seu gosto criativo, aprenda a julgar ideias com critério, e tenha coragem de apostar nas que te fazem sentir algo — mesmo que assustem um pouco.
Os prêmios são consequência de um hábito: o de buscar constantemente fazer melhor, não de repetir fórmulas. Quem foca em fazer um trabalho criativo e relevante para as pessoas, invariavelmente vai colher reconhecimento, seja em Cannes ou na vida real.
Você liderou transformações em marcas como Burger King, Heinz e Blizzard. Qual foi o maior aprendizado ao trabalhar com empresas tão diferentes?
Cada empresa me ensinou algo diferente, mas o maior aprendizado foi que, independentemente do setor, o que faz a diferença são as pessoas e a cultura que você constrói. Na Unilever, aprendi sobre a importancia de proposito e de ter marcas com um impacto que vai muito alem dos produtos que vendemos. No Burger King, aprendi o poder da coragem criativa – como assumir riscos pode transformar uma marca inteira. Na parceria entre NotCo e Krfat Heinz, aprendi sobre simplicidade e consistência, como uma ideia bem executada pode render resultados enormes. E na Activision Blizzard, aprofundei a importância da comunidade – entender que as marcas mais fortes são aquelas que têm fãs, não apenas consumidores.
Trabalhar em contextos tão distintos me mostrou que não existe uma fórmula única. Hoje trabalho em um grupo de private equity chamado Garnett Station partners e como consultor para varias marcas. Tento sempre aplicar o mesmo princípio que nunca muda: quando você coloca criatividade, autenticidade e propósito no centro, o negócio cresce e as pessoas se conectam de verdade. Esse é o fio condutor que levo para qualquer lugar.
Como a criatividade pode impactar diretamente os resultados de negócio?
Muita gente ainda trata criatividade como algo subjetivo ou apenas estético. Mas, na verdade, a criatividade é uma das formas mais poderosas de gerar crescimento. Quando bem aplicada, ela muda percepção, desperta desejo, aumenta relevância e, consequentemente, vende mais. É simples: ideias criativas resolvem problemas de negócio de um jeito que dados e planilhas sozinhos não conseguem.
A criatividade impacta o resultado porque cria atenção num mundo saturado, e atenção é o primeiro passo para conversão. Foi assim em todos os lugares onde trabalhei: as campanhas que mais performaram foram as que tinham ideias fortes, corajosas, originais. A diferença está em tratar criatividade não como um ‘departamento’, mas como um ativo estratégico de negócio.
Quando uma empresa entende isso – e dá espaço para as pessoas experimentarem, testarem e aprenderem – o retorno vem em forma de crescimento, de marca e de receita.
Muitos líderes enfrentam uma rotina operacional intensa. Por que é tão importante desconectar e repensar o papel da criatividade na estratégia?
A rotina operacional suga. E se a gente não toma cuidado, acaba gastando todo o tempo reagindo – e nenhum tempo pensando. Só que o papel da liderança é justamente o oposto: é criar espaço para imaginar o que vem depois. A criatividade precisa de oxigênio, de pausa, de perspectiva. Sem isso, as marcas entram no modo automático e começam a repetir o que já funcionou, até deixarem de ser relevantes.
Desconectar não é luxo, é parte do trabalho. É quando você se distancia do dia a dia que consegue ver o todo, conectar pontos, encontrar novas formas de crescer. Os melhores líderes que conheço entendem isso: proteger tempo para pensar criativamente é proteger o futuro do negócio. Porque a criatividade não é um enfeite – é o motor que move a estratégia para frente.
O CMO Accelerator nasceu em Cannes e agora chega ao Brasil. O que significa trazer essa experiência para São Paulo?
Trazer o CMO Accelerator para o Brasil é especial por vários motivos. Primeiro, porque foi em Cannes que esse programa nasceu – um espaço onde líderes de marketing do mundo inteiro se conectam, trocam e se inspiram. E agora, poder trazer essa energia para São Paulo, um dos centros criativos e de negócios mais vibrantes do planeta, é quase um ciclo que se completa.
O Brasil sempre teve um talento criativo incrível. Não é por acaso que o pais foi ecolhido como o “Creative Country of the Year” durante of Cannes Lions desse ano. O CMO Accelerator é um espaço para discutir o futuro do marketing, aprender com cases reais e trocar experiências de forma aberta e prática. Logo, eu espero que o que a gente esteja fazendo contribua para uma comunidade que já manda super bem em relação à critividade.
Trazer o programa pra cá é uma forma de retribuir – de compartilhar aprendizados e, ao mesmo tempo, aprender com os profissionais incríveis que estão impulsionando a criatividade no mercado brasileiro. E, para mim, é uma grande honra ter sido convidado para liderar o programa em São Paulo.
Essa edição de estreia brasileira é uma oportunidade única. Por que ela se destaca e o que os participantes vão encontrar nessa imersão que não existe em outros eventos?
O que torna essa edição especial é que ela não é um evento para assistir – é uma imersão para participar. O CMO Accelerator é uma troca intensa entre pessoas que estão enfrentando os mesmos desafios: como crescer marcas, inspirar times e usar criatividade de forma estratégica. É um ambiente seguro, sem ego, onde a gente fala de erros, acertos e aprendizados reais.
Em São Paulo a ambição é unir o pensamento global com o talento dos brasileiros. Os participantes vão encontrar conteúdo profundo, conversas honestas e conexões verdadeiras – o tipo de experiência que te faz sair diferente do jeito que entrou.
Mais do que aprender novas técnicas, o que se leva daqui é uma nova forma de olhar para o papel da criatividade no negócio e na liderança.
Para CMOs e líderes, o Accelerator é a chance de receber a experiência global do maior festival de criatividade do mundo. O programa oferece um currículo intensivo focado em desbloquear o crescimento do negócio, gestão de talentos criativos e validação de estratégias com líderes globais.
É uma oportunidade para elevar a performance de marketing e fortalecer a competitividade no mercado. Clique aqui para saber mais sobre o evento!